quarta-feira, julho 09, 2008

Artigo Publicado Jornal O Povo em 02-07-08

AS MUDANÇAS DE NOSSA VIDA

Há poucos anos atrás quando enfatizávamos sobre as perspectivas da longevidade humana, as pessoas riam e pareciam não acreditar. Claro que mostravam curiosidade e interesse, mas diziam não acreditar. E isto era muito preocupante.
Agora, o brasileiro está aprendendo que ser idoso é uma condição de vida que se caracteriza também pelo conhecimento, tranqüilidade, bom senso, cidadania e grandeza. E também a Consciência de Ser, de Fazer e, algumas vezes, também de Ter. Ou seja, muito diferente do que nossos avós ensinaram aos nossos pais no passado e esses também nos repetiram. Não foi culpa deles, que também foram educados e ensinados para isso pelos seus próprios ancestrais. Só que, nos últimos anos, uma série de novos acontecimentos e descobertas fizeram as mudanças no mundo. Com isso e a diminuição da taxa de natalidade, ocorreu o grande aumento da população de idosos no nosso país e em todo o mundo em desenvolvimento.
Ser idoso passou a ser assunto de muita gente. Começou a ser um “bom negócio” e muitos querem viver mais. E toda a filosofia de vida do brasileiro vai mudando rapidamente. Importantes e profundas modificações individuais e sociais serão necessárias.
“Mudar”, principalmente os maus estilos de vida, deve ser, com certeza, o início de nossa atenção para melhorar a nossa qualidade de vida e também a longevidade.
O brasileiro, muito especialmente o cearense, tem péssimos estilos de vida. Maus hábitos (características pessoais) e também maus costumes (características locais) têm sido a nossa maior dificuldade para obter uma melhor saúde e maior longevidade. E “mudar”, sabemos todos nós, não é fácil. Como diz aquela conhecida máxima proverbial “ Para mudar é preciso um grande amor ou uma grande dor”. Muitos pacientes, depois de um infarto do miocárdio, com medo de morrer, deixam de fumar. E o amor de alguém, dos filhos, da família, de uma causa, deve ser a nossa maior razão para mudar. Mas é necessário muita coragem e determinação, sem o que a mudança na vida torna-se apenas uma tentativa sem sucesso.
Assim, conseguindo bons estilos de vida, teremos 70% menos enfermidades (como afirma a OMS) e viveremos muito melhor os anos a que já temos direito.
E podemos e devemos fazer isto em qualquer idade pois, depois de algum tempo já estaremos colhendo as vantagens da mudança. Claro que o melhor é mudar cedo ou nunca adquirir os maus hábitos para se ter uma vida mais longa e saudável.
Uma advertência final: AGORA nós sabemos disso. Não é como antigamente que não sabíamos de nada, ou quase nada. Agora não há desculpas para não melhorarmos nossos estilos de vida, nem para nós mesmos e menos ainda para a nossa família que tanto necessita de nós.
E, como diz aquele conhecido médico e palestrante: “continuaremos indo para o céu sim... mas muito tempo depois”.
Antero Coelho Neto
Médico- Diretor do IQVida

Artigo publicado Jornal O Povo em 04-06-08

QUALIDADE DE VIDA NAS EMPRESAS

Ao se analisar a história da Qualidade de Vida nas organizações do país,, verificamos que foi na empresa privada que esse paradigma mais cedo se desenvolveu. Grandes e médias empresas iniciaram programas de QV em diferentes projetos, abordando variadas dimensões. Muitos programas já foram testados e comprovadas várias de suas propostas: promoção e melhoria da saúde, capacidade física, satisfação de viver, melhoria dos estilos de vida, auto-estima, religiosidade, sociabilidade, etc.
Pesquisas efetuadas no Brasil sobre a QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) revelam que: 1. Quase a totalidade dos participantes acredita que toda empresa deve ter um programa de qualidade de vida; 2. As ações são vistas como investimento; 3. Os programas devem ser considerados como estratégicos para a empresa; 4. A maioria dos entrevistados acredita que as ações de qualidade de vida são sempre necessárias no ambiente das empresas e 5. Os empregados valorizam as ações e os programas realizados.
E por que muito mais programas nas empresas privadas? Os ricos empresários são mais solidários, melhores e beneméritos para com os seus empregados que os dirigentes das organizações públicas? Claro que não, somos todos iguais.
O que ocorre, e que facilmente se comprova, é que empregados com boa qualidade de vida trabalham mais e melhor e, portanto, rendem muito mais. E os empresários sabem utilizar essa possibilidade e assim parecerem benfeitores. E são, na realidade, já que praticam o bem quando assim estão agindo.
E ai está exatamente o elemento de maior valor de muitos países quando, ao estabelecerem maiores impostos para os que ganham mais, inclusive sobre a herança, que não existe no Brasil, chega um momento que é melhor doar para necessitados, criar fundações, organizações beneficentes ou responsáveis por programas de melhoria de QV para funcionários e população em geral. Sabemos que o Governo é, tradicionalmente, um mal executor e administrador de recursos.
Quando um Bill Gates doa bilhões de dólares por ano para a sua Fundação mostra solidariedade e inteligência. Dar o dinheiro para o Governo? Não. Prefere doar para crianças necessitadas, a melhoria do meio ambiente e as condições de vida de seus funcionários.
Acontece, no Brasil, que as pessoas da pequena classe média pagam a mesma porcentagem de imposto de renda que os mais ricos. E todos nós que estudamos o assunto sabemos que classe média grande é que possibilita a melhoria da QV nos países desenvolvidos.
Por isso, senhores proprietários, dirigentes e administradores de empresas públicas e privadas, está na hora e vez de desenvolver programas relacionados com a QV dos seus empregados e familiares. Sejam participantes dessa grande “onda” da Responsabilidade Social e serão também benfeitores do nosso país. Todos nós agradeceremos e vocês ganharão muito mais. Dinheiro ou prestígio social e político.

Antero Coelho Neto
Médico. Diretor do IQVida.