terça-feira, março 15, 2011

NÓS TAMBÉM SOMOS RESPONSÁVEIS

23.02.2011

Muitas vezes nós é que somos os responsáveis sim! Nós das classes sociais alta, média alta e média é que somos os maiores responsáveis por quase todos os condicionantes fundamentais de nossa qualidade de vida que são: aspectos comportamentais individuais , socioculturais, saúde, educação, estilos de vida saudáveis e o ambiente integral e saudável. E a escala de responsabilidade é: a própria pessoa, a família, as organizações com seus profissionais e o poder público.
Pena que em nosso país essas classes são minoritárias e muito baixas. A análise feita há muitos anos pela ONU, Organização Mundial de Saúde (OMS) e por várias instituições científicas famosas revela que são essas pessoas privilegiadas que, através de programas de promoção da saúde (prevenção das enfermidades e dos riscos físicos, comunicação em saúde e estilos de vida saudáveis), garantem os fatores condicionantes tidos como mais importantes para a qualidade de vida da população. E, mais que isto, através de sua força social e política, garantem leis e organizações que desenvolvem as medidas necessárias para estabilização das práticas desejadas.
Assim sendo, também contribuem para o desenvolvimento do ciclo determinante da longevidade ativa, produtiva e saudável. Muitos dos condicionantes da qualidade de vida são, direta ou indiretamente, também responsáveis pela nossa longevidade, o que é duplamente satisfatório. mas que será duplamente grave para os pobres que não podem e não praticam as normas recomendadas e necessárias referidas. Vivem mal e pouco.
Portanto, é equivocado e prejudicial colocar toda a culpa nas organizações públicas, como muitos fazem. A culpa é nossa quando sabemos disso. Temos as condições de praticar o correto e não fazemos isto em nome das “delícias” de uma ”boa vida, cheia de prazeres e liberdades”. E colocamos a culpa no governo, no sistema social, nos nossos profissionais da saúde, na nossa família que não ajuda e até no Carnaval que nos “obriga” a fumar, beber e comer o que não devemos. E pior, tentam corrigir o que é errado e suas consequências utilizando práticas e remédios inapropriados e caros.
Nos países pobres o problema é muito mais grave: as más organizações de saúde e de educação e os ambientes insalubres “impedem” quase que completamente uma boa qualidade de vida.
Vamos então realizar a devida promoção da saúde, os estilos saudáveis de vida e lutar para que muitos brasileiros também possam usufruir destes benefícios. E apenas para lembrar o que sempre temos dito e que aprendemos na OMS/OPS: “Com estilos de vida saudáveis, cerca de 70% das doenças comuns não aparecem”. E se acrescentamos medidas preventivas de saúde e dos riscos físicos, químicos e biológicos?
Vamos viver os anos que já temos direito, ativos, criativos e saudáveis. E torcendo pelo nosso clube querido com todo o prazer sadio de um bom brasileiro. Viva a vida! Viva o Vovô, o Fortaleza, o Flamengo...
Antero Coelho Neto - Médico, Professor e Presidente da Academia Cearense de Medicina

O FUTURO A DEUS PERTENCE

O futuro a Deus pertence

26.01.2011

No livro “O futurista e o adivinho”, publicado em 2001, elaboramos uma visão (futuro possível) para o Brasil em 2010. A nossa perspectiva futurista foi realizada utilizando 165 cenários, nas seis áreas fundamentais de um desenvolvimento para o nosso país: o Estado e seu organismo econômico, população e as migrações, ecologia, tecnologias, ciências e reinvenção do social. O projeto está baseado em um estudo comparativo com muitos outros países, como recomendam várias organizações futuristas internacionais das quais fazemos parte. Brevemente estaremos trazendo para vocês os resultados obtidos e as nossas frustrações.
Em nossos outros livros sobre planejamento estratégico, qualidade de vida e longevidade, também recomendamos, como de grande importância no mundo atual, a elaboração de planos e projetos pessoais de vida. Com as grandes e rápidas variações atuais de nosso mundo, nas suas várias perspectivas de desenvolvimento, planejar o nosso futuro torna-se vital
As mudanças em certas áreas são rápidas e grandiosas e mais, o progresso caminha em progressão geométrica e não aritmética. Isto querendo dizer que evidenciamos verdadeiros saltos nas nossas perspectivas futuras. Podemos então imaginar com facilidade como seremos e estaremos em 2050? Não. Mas o que teremos nos próximos anos há melhores possibilidades de acertar. Por isto a nossa recomendação de planejar a nossa vida a curto prazo.
Nós, os brasileiros, não fomos acostumados a duas coisas essenciais da vida: planejar o amanhã e guardar as memórias do passado. Dois “pecados capitais”. Costumamos dizer: “o futuro a Deus pertence!”. Claro que pertence sim, mas Ele nos deixa livres para as nossas decisões e podemos lhe dar uma grande “ajuda” e sermos felizes, vivermos mais e melhor. Ele agradecerá.
Então o conselho que sempre damos, em escritos, palestras e pelos órgãos de comunicações, é a elaboração de um plano de vida, que pode ser escrito de uma maneira simples e fácil em um caderno ou pequeno livreto. Para o idoso o planejamento futuro nos parece ainda mais importante e deve ser menor (indicamos um ou dois anos). Será mais fácil, correto e de grande “sabor” quando realizamos aquilo que foi planejado e, mais ainda, quando realizamos coisas boas alem do previsto.
As regras que damos para todos são simples: o que fazer, como e quando, o que evitar e o que não fazer. Mas também importante, será pensar nas eventualidades não previstas e ter as indicações de como evitá-las ou mudar o nosso plano.
De início até poderá parecer muito difícil, mas com a prática pode-se tornar um “jogo” muito bom para o exercício de nosso cérebro. Vamos jogar com a nossa vida? Um convite para 2011.
Antero Coelho Neto - Médico, professor e presidente da Academia Cearense de Medicina

COMUNICAÇÃO EM SAÚDE

29.12.2010
Neste final de ano quero agradecer aos meus leitores que prestigiam e valorizam o que escrevo. Como é bom ouvir de vocês que gostam do que escrevo. São momentos de sensações profundas da minha vida que valem a pena. Por isso a valorização que comento sempre da comunicação nos níveis individuais e coletivos.
Por uma feliz coincidência estava na Organização Mundial da Saúde (OMS), no início da década de 90, quando o tema da “promoção da saúde” começava a ser analisado e desenvolvido. Ao regressar para o Brasil, em 1994, centralizei minhas atividades e atenção nesta área da saúde, juntamente com os condicionantes da nossa qualidade de vida e da longevidade, que formam a “trinca” responsável por uma vida longa e saudável.
Tenho tentado ampliar o tema em uma magnitude mais significativa e útil. Como já destaquei antes, ele está constituído pela prevenção das enfermidades, prática de estilos de vida saudáveis, proteção contra os fatores de riscos (físicos, químicos e biológicos), ambiente saudável e comunicação em saúde.
Gostaria de destacar o papel da comunicação entre o médico, seus clientes e o povo em geral. Falo da comunicação em saúde nos seus vários aspectos técnicos e operacionais entre todos os participantes do processo. Isto tem melhorado nos últimos anos, mas ainda é insuficiente pelo muito que é necessário.
Em primeiro lugar, deve o médico ressaltar para seus clientes, e população em geral, a grandeza desses componentes fazendo com que eles saibam as vantagens do uso da comunicação na prevenção e cura das doenças.
Também, comunicar os aspectos gerais e específicos das enfermidades possíveis ou existentes e as suas diferentes possibilidades presentes e futuras para eles e para seus familiares. Antigamente a nossa profissão quase nada informava para os pacientes e menos ainda para o público em geral. Felizmente isso mudou e muitos dos nossos atuais médicos são importantes comunicadores.
Mas também é necessário destacar, principalmente quando falamos de pacientes idosos, o inverso. Falo das informações que o paciente deve dar para o seu médico e que é, simplesmente, vital. Usando muitos medicamentos, quando vão se consultar com um novo médico, o que é muito frequente no nosso país, não lembram nomes e dosagens e alguns evitam até falar neles. E o resultado é a possibilidade de perigoso acúmulo ou para-efeitos. Por isso, recomendo sempre que guardem todas as receitas e bulas em uma espécie de “dossier” da saúde e levem para seus médicos nas novas consultas. Garanto que eles ficarão eternamente gratos.
Assim, usando este jornal amigo, desejo para todos vocês um Ano Novo cheio de “boas” comunicações individuais e coletivas. E, aproveitando o demonstrado em várias pesquisas de organizações famosas que “comunicar faz bem à saúde e a nossa longevidade”, vamos aumentar ainda mais os idosos saudáveis em 2011?
Antero Coelho Neto - Médico, Prof. e Pres.da Academia Cearense
A nossa consciência
03.11.2010

Na prática de nossa vida, as pessoas entendem “consciência” como a responsável pelo conhecimento de nossos atos e constitui como que apenas uma “análise crítica” do que fazemos. Mas ela tem uma importância muito maior e constitui uma dimensão da vida que perdemos muito quando não sabemos utilizá-la nos seus “poderes e capacidades” para a melhoria e engrandecimento de nossa vida.
Constitui a total diferenciação entre o homem e os animais.
Somente o homem tem consciência de seus atos e pode valorizá-los, modificá-los e utilizá-los para o bem e para o mal e isto ocorre pela existência da nossa córtex cerebral que os animais não possuem. Por isso alguns pesquisadores afirmam que, depois da qualidade e da quantidade, a dimensão mais importante de vida na prática diária é a consciência. E elas estão intimamente vinculadas.
A chamada “consciência objetiva” nos possibilita que os fenômenos sejam conhecidos e manipulados pelo indivíduo e principalmente representada pelos verbos amar, ser, querer, ter, fazer etc. e a “consciência subjetiva” consiste na capacidade que temos de perceber, conceituar, representar, etc. A junção das duas consciências dá uma enorme importância para a nossa vida. Querer uma coisa e usar a força da consciência para alcançá-la é a maneira correta e possível que devemos e podemos utilizar.
“Eu quero aquele carro!” “Quero aquela casa!” “Eu vou mudar meus hábitos apesar das dificuldades!” “Sei o quanto será difícil, mas vou
ser aprovado nesse concurso!” “Eu serei presidente da República!”
E conseguimos. E muitas coisas mais podemos fazer, utilizando a força de nossa consciência. O mecanismo como isso ocorre ainda não tem uma completa explicação dos estudiosos no assunto: psicólogos, biólogos, endocrinólogos, psiquiatras, neurologistas etc.
A explicação mais provável estaria na possibilidade que temos de poder atuar nos nossos próprios neurotransmissores nos seus diferentes tipos: noradrenalina, serotonina, dopamina, dopa, acetilcolina, neuropeptídios, etc., e assim nos dando a aceitação dos fatos, tranquilidade no seus manejos, força para continuar atuando frente aos problemas, valorizando ou não os diferentes novos fatos etc.
Outros afirmam que o mecanismo é muito diferente e não teria o papel tão importante dos neurotransmissores. Tudo indica que a explicação não esteja circunscrita à nenhuma área cerebral específica, mas se espalhe difusamente pelo celebro.
Mas seja como for, vamos tentar utilizar a nossa consciência? Vamos buscar utilizar o seu valor nas mudanças necessárias de nosso comportamento? Vamos nos olhar no espelho todas as manhãs e dizer “Eu sou lindo!”. Uma coisa temos já a certeza. Ficaremos lindos, pelo menos para nós mesmos.

E é o que mais interessa, não?
ANTERO COELHO NETO