terça-feira, novembro 08, 2011


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Qualidade de Vida Hospitalar

QUALIDADE DE VIDA HOSPITALAR


02-11-11 - Jornal O Povo

A prática de programas e ações para a melhoria da qualidade de vida nos hospitais brasileiros tem sido uma luta muito difícil. Desde há vários anos o tema passou a ser uma busca importante para algumas organizações de saúde em todo o mundo. Infelizmente não temos tido o necessário desenvolvimento em nosso país. Tivemos, e temos ainda, algumas importantes tentativas que deixaram resultados sim, mas não o suficiente e permanente.

É necessário mudar a forma como alguns profissionais brasileiros de saúde se posicionam frente aos seus objetivos de trabalho: a vida, a saúde e o sofrimento das pessoas enfermas. A experiência mundial tem revelado que as principais queixas dos internados são: sintomas físicos (dor, astenia, dispnéia, náuseas), dificuldades de locomoção e condições emocionais e cognitivas. Quanto a saúde, propriamente dita, vale a promoção da saúde. A vida é o fundamental procurado e de responsabilidade da equipe de saúde.

Com a experiência adquirida na prática da Qualidade Total em vários países da América Latina, temos desenvolvido um modelo de Planejamento Estratégico para a Melhoria da Qualidade Organizacional, no qual o desenvolvimento da melhoria da qualidade de vida hospitalar tem sido de significativa importância. Da mesma forma encontramos, em algumas cidades do nosso país, outras experiências organizacionais referidas por bons profissionais especializados em Qualidade de Vida.

O Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) foi um programa da Secretaria de Assistência à Saúde, do Ministério da Saúde, com duração de 2000 até 2002. Em 2007 teve novo impulso com a participação de muitos hospitais, principalmente em alguns Estados, com bons resultados. Mas, como acontece muito em nosso país, projetos governamentais não são continuados pelos novos governantes, mesmo que sejam exitosos. E, na grande maioria dos hospitais privados, a proposta não foi seguida.

E a pergunta que fazemos é: a Assistência Hospitalar chega a ser “Deshumana”? Talvez esta denominação tenha sido difícil de aceitação por muitos hospitais. E a resposta seria: a nossa Assistência já é humana e não necessitamos desse Programa. Vamos então desenvolver programas de melhoria da qualidade de vida dos doentes, profisionais de saúde, cuidadores, pessoal da administração, alem da “humanização” do ambiente hospitalar?

Os elementos condicionantes de boa QV. já são nossos conhecidos e, portanto, de mais fácil aplicação e aceitação. E todos vão ganhar.

Humanizar será pouco. Vamos também é Qualificar os Humanos.

E, no momento em que o país sofre uma grande crise hospitalar e da atenção da saúde de um modo em geral, é muito válido lembrar da prática operacionalidade e dos resultados positivos dos programas de melhoria da QV hospitalar já conhecidos e exitosos em muitos países do mundo. Sendo de fácil aplicação e de custos relativamente baixos, com certeza, vão fazer a felicidade de muita gente e, mais ainda, dos secretários de saúde do país.

Querem apostar comigo? Quantos reais?


Antero Coelho Neto

Professor, Médico e Presidente da Academia Cearense de Medicina











O Valor das Nossas Memórias

O VALOR DAS NOSSAS MEMÓRIAS


05.10.2011
01:30



Jornal O Povo - Online



Um leitor escreveu: “Por que o senhor valoriza tanto a memória? Será que com isto a pessoa passa a não dar o devido valor ao presente? Perdendo tempo guardando os fatos passados?” Boa pergunta, amigo. Eu mesmo fiz esta reflexão quando, em 1990, iniciava a minha aceitação para o que chamei de “trinca da minha vida”: liberdade, amor e memória.

Lembrei então da frase de Gabriel Garcia Márquez: “La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla”.

Sim, mas também é preciso ter cuidado para não “endeusar” o passado. Convencido disso comecei, desde então, a estudar as técnicas de futurologia e passei a pertencer a várias organizações futuristas. Muito aprendi e até escrevi vários artigos e o livro “O Futurista e o Adivinho”, que me deu muita satisfação. Nele destaco a importância de planejar o futuro para alcançar o presente desejado. Nós,



brasileiros, principalmente os nordestinos, não gostamos de planejar o futuro. Sem passado e sem futuro, vamos viver, simplesmente, o presente? E seja o que Deus quiser?

Costumo destacar que temos dois tipos fundamentais de memórias cognitivas: a do presente e a do passado. A primeira é a memória do momento, para a solução das coisas imediatas e que decide sobre “o que” e “como” fazer . A segunda, a que “guarda” os valores antigos, acontecidos, e que valeram e que valem a pena para a pessoa, a família, amigos e, depois, para as bibliotecas e historiadores. De enorme importância com o passar dos anos, nos permite permanecer lúcido e atualizado com as “coisas” do presente, com a nossa vida diária. Os dois tipos constituem toda uma grande luta da gerontologia e geriatria atuais, na tentativa de mantê-las sempre vivas, permitindo a nossa “normalidade”, com o passar dos anos.

Devemos destacar que a mente também mobiliza outros tipos de memórias (associativa, interpretativa, dedutiva, seletiva, etc.), no desenvolver das ações diárias de nossa vida. E mais, a mobilização e bom uso dessas memórias ajudam a permanência de uma vida ativa, saudável e com melhor qualidade.

Portanto, quando valorizo a memória me refiro ao seu conjunto. E, garanto para vocês, esta atitude tem me presenteado com uma evidente melhoria da minha qualidade de vida. Espero que também me ajude na longevidade que vou poder alcançar. E, como destaque especial na perpetuação de nossas memórias sociais, profissionais, educacionais, científicas, técnicas, etc., lembro a importância das bibliotecas, dos colecionadores, dos memorialistas e de outros meios modernos de comunicação.

Vamos então memorizar a nossa vida? Vamos escrever artigos, livros, poesias, canções, manifestos, biografias?



Vamos fotografar, esculpir, pintar, gravar, digitar? Sem isso meu amigo, eu sempre digo: a vida simplesmente passou e não existiu.

E você, amigo velho, vai querer que seu bisneto não saiba nem quem foi o seu bisavô? Nem mesmo o seu nome? Será que você esteve mesmo na Terra?



Antero Coelho Neto, acoelho@secrel.com.br

Médico, professor e presidente da Academia Cearense de Medicina



O VALOR DAS NOSSAS MEMÓRIAS


05.10.2011
01:30

Jornal O Povo - Online

Um leitor escreveu: “Por que o senhor valoriza tanto a memória? Será que com isto a pessoa passa a não dar o devido valor ao presente? Perdendo tempo guardando os fatos passados?” Boa pergunta, amigo. Eu mesmo fiz esta reflexão quando, em 1990, iniciava a minha aceitação para o que chamei de “trinca da minha vida”: liberdade, amor e memória.

Lembrei então da frase de Gabriel Garcia Márquez: “La vida no es la que uno vivió, sino la que uno recuerda y cómo la recuerda para contarla”.

Sim, mas também é preciso ter cuidado para não “endeusar” o passado. Convencido disso comecei, desde então, a estudar as técnicas de futurologia e passei a pertencer a várias organizações futuristas. Muito aprendi e até escrevi vários artigos e o livro “O Futurista e o Adivinho”, que me deu muita satisfação. Nele destaco a importância de planejar o futuro para alcançar o presente desejado. Nós,



brasileiros, principalmente os nordestinos, não gostamos de planejar o futuro. Sem passado e sem futuro, vamos viver, simplesmente, o presente? E seja o que Deus quiser?

Costumo destacar que temos dois tipos fundamentais de memórias cognitivas: a do presente e a do passado. A primeira é a memória do momento, para a solução das coisas imediatas e que decide sobre “o que” e “como” fazer . A segunda, a que “guarda” os valores antigos, acontecidos, e que valeram e que valem a pena para a pessoa, a família, amigos e, depois, para as bibliotecas e historiadores. De enorme importância com o passar dos anos, nos permite permanecer lúcido e atualizado com as “coisas” do presente, com a nossa vida diária. Os dois tipos constituem toda uma grande luta da gerontologia e geriatria atuais, na tentativa de mantê-las sempre vivas, permitindo a nossa “normalidade”, com o passar dos anos.

Devemos destacar que a mente também mobiliza outros tipos de memórias (associativa, interpretativa, dedutiva, seletiva, etc.), no desenvolver das ações diárias de nossa vida. E mais, a mobilização e bom uso dessas memórias ajudam a permanência de uma vida ativa, saudável e com melhor qualidade.

Portanto, quando valorizo a memória me refiro ao seu conjunto. E, garanto para vocês, esta atitude tem me presenteado com uma evidente melhoria da minha qualidade de vida. Espero que também me ajude na longevidade que vou poder alcançar. E, como destaque especial na perpetuação de nossas memórias sociais, profissionais, educacionais, científicas, técnicas, etc., lembro a importância das bibliotecas, dos colecionadores, dos memorialistas e de outros meios modernos de comunicação.

Vamos então memorizar a nossa vida? Vamos escrever artigos, livros, poesias, canções, manifestos, biografias?

Vamos fotografar, esculpir, pintar, gravar, digitar? Sem isso meu amigo, eu sempre digo: a vida simplesmente passou e não existiu.

E você, amigo velho, vai querer que seu bisneto não saiba nem quem foi o seu bisavô? Nem mesmo o seu nome? Será que você esteve mesmo na Terra?

Antero Coelho Neto, acoelho@secrel.com.br

Médico, professor e presidente da Academia Cearense de Medicina