sexta-feira, setembro 07, 2012


              ANTI-ENVELHECIMENTO

O assunto, finalmente, ganhou a devida importância no Brasil, quando o Conselho Federal de Medicina assumiu sua esperada função e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia discutiu o problema como tema principal, em seu Congresso nacional, realizado há poucos dias no Rio de Janeiro. E, mais importante, tornou-se um problema conhecido nacionalmente, quando  a TV Globo transmitiu, no seu programa Fantástico, informações e provas do uso inadequado e de conduta anti-ética de médicos brasileiros, inclusive alguns conhecidos cearenses. 

O fato é de extrema gravidade tendo em vista que a base fundamental da chamada “medicina anti-envelhecimento” é que a mesma tem o suporte da indústria farmacêutica, uma das mais ricas e poderosas do mundo.

Alem disso, sabemos que sua atuação, muito inteligente, se faz principalmente: (1) Pela doação de verbas para grandes e famosas universidades e instituições de saúde, realizarem trabalhos de pesquisas em assuntos correlatos, envolvendo renomados professores e pesquisadores e (2) Também adotando uma conduta de aplicação dos estilos de vida saudáveis, principalmente a atividade física, o  não uso de elementos como o fumo e álcool, com a prática fundamental de uma alimentação saudável,  envolvendo importantes e ricas industrias alimentares.

Como interessado no assunto do envelhecimento, ainda no meu tempo na OMS, comecei a analisar a proposta da medicina anti-envelhecimento desde o seu início, há 25 anos. Ao regressar para Fortaleza, e já em 2003, criamos a ACLON (Academia de Ciências da Longevidade) onde continuamos estudando os problemas da vida longa, inclusive o anti-envelhecimento. Foi quando, em 2005, ao participar de um evento em Nova York e visitando o famoso Centro Internacional de Longevidade (ICL), com ramificações em muitos países do mundo, fui advertido pelo seu Diretor, Dr. Robert Buttler, sobre o perigo dessa Medicina, com as suas complicações e para-efeitos. E mais, pelo seu poder econômico. Mesmo nos Estados Unidos, a proposta tem se desenvolvido, apesar de todo o conhecimento existente. Lá, somente são considerados os casos de processos individuais de pessoas prejudicadas por esses medicamentos.

Ao regressar, evidentemente, dissolvemos a Academia, com a devida informação para o nosso Conselho Regional de Medicina.

Daí, também a nossa advertência  para que não utilizem essa poderosa e prejudicial “medicina”  e que a nossa população atingida, faça também a devida acusação, nos órgãos competentes. Preocupa-nos, ainda mais,  devido a prática brasileira do uso exagerado de medicamentos. E nossos idosos adoram tomar remédios.

Por isso este nosso aviso (antes tarde do que nunca): até o presente momento nenhum medicamento foi demonstrado ser “anti” o processo de envelhecimento.
 

Dr. Antero Coelho Neto

Médico e Professor

 

 

 

 

 

 

domingo, agosto 19, 2012

Solidão, meu vício-Artigo de Agosto


O Povo – Online

Artigo 08-08-12



Solidão, meu vício

A solidão constitui um assunto muito comentado, desde o início do desenvolvimento do mundo pensante, por filósofos, poetas, escritores, cientistas, profissionais da saúde e outros. Ao pesquisar, encontramos milhares de conceitos e frases definindo o que seja “solidão”, para muita gente importante. Aristóteles, já dizia: “Quem encontra prazer na solidão, ou é fera selvagem, ou é Deus”. Claro que nem uma coisa e nem outra. Elucubração de filósofo.

Venho estudando a solidão, desde há muitos anos, pela sua grande importância prevista na nossa qualidade de vida e longevidade. E também até já escrevi vários poemas e, um deles, Solidão, meu vício, tem sido um dos mais citados e comentados em vários “blogs e sites” de internautas aficionados do Brasil.

Mas agora o assunto ganha um enorme valor médico quando tem a sua confirmação científica através de uma grande pesquisa efetuada nos EUA e publicada no jornal da Associação Médica Americana, intitulada Solidão nos idosos - Declínio funcional e morte, mostrando o valor dos fatores psicológicos produzindo o “estresse da solidão”, causador de doenças e diminuição da nossa longevidade.

Costumo dividir a solidão em três tipos: física, mental e espiritual. Física, quando a pessoa não tem o contato permanente com outras, por diferentes motivos. Muito comum nos EUA e em vários outros países, pela grande quantidade de idosos morando sozinhos, o que é uma grande preocupação na saúde pública desses países. Agora, estamos chegando a este tipo no Brasil com o aumento rápido de nossos idosos.

Solidão mental quando, tendo ou não o convívio com outras pessoas, fica ”isolada em si”, pensando com prazer ou pesar. E aí são diferentes e conflituosos tipos de consequências, algumas boas, outras más. Para manter a mente ativa são várias as possibilidades indicadas: leitura, música, prática de exercícios cerebrais, neurolinguística, técnica da mente ativa (DMT), neurobiótica, prática de escrever, tocar, cantar, participação em grupos nas suas diferentes modalidades sociais, etc.



Na solidão espiritual a pessoa fica isolada, pensando em seu Deus ou divindades, quando então mobiliza neuro-transmissores, que podem promover satisfação de viver e até momentos de felicidade. As pesquisas têm revelado a enorme importância desses elementos na mobilização de nossa vida normal e na manutenção de nossa saúde, qualidade de vida e também na longevidade. Esses achados científicos reconhecidos engrandecem e estimulam a nossa luta para que todos busquem estilos de vida saudáveis. Confirmando assim a OMS quando publica que: 70% das enfermidades não aparecem quando as pessoas praticam estilos de vida saudáveis.

Como bem destaca o geriatra João Macedo, para nosso programa Novas Idades, na Rádio-FM Universitária, a grande importância dessa pesquisa da solidão dos americanos é consolidar o papel dos aspectos sociais na saúde do idoso. Por isso este lembrete terminal : ”Nunca fique sozinho. Esteja sempre em contato com você mesmo, seus familiares, seus amigos ou com seu Deus”. E aí vai poder atingir os 120 anos de vida a que já tem direito.

Antero Coelho Neto

acoelho@secrel.com.br

Médico e professor


domingo, julho 01, 2012




O Povo

Longevidade ativa, criativa e saudável

Artigo public. 17-05-12

No dia 19 de maio comemoramos seis anos do Novas Idades, na Rádio FM Universitária. Serão 300 programas junto com os geriatras João Macedo, Charlys Nogueira e Jarbas Roriz, que, somados aos 370 realizados durante sete anos na Rádio AM do Povo (denominados Novas Dimensões, por sugestão do eterno amigo Demócrito), somam 670.

Foram 13 anos de satisfação e muitos momentos de felicidade. Todos eles com o objetivo fundamental de analisar, discutir e indicar a importância de se ter uma longevidade ativa, criativa e saudável. Sempre brinco com os meus velhos amigos dizendo que devemos sempre buscar essa “trinca” para um futuro feliz. São determinantes estudados por muitos pesquisadores conhecidos e com resultados já mundialmente comprovados.

A vida deve e tem de ser “ativa”. E “ativa” não quer dizer simplesmente prática de atividade física ou outro tipo de reconhecido valor atual para o nosso corpo. A abrangência é muito maior. Sumamente importante é manter a mente em atividade constante. Para isto temos uma série de indicações já pesquisadas e testadas as suas validades para a manutenção de nossas memórias cognitiva (mais eficazes), dedutiva, interpretativa e associativa. Leitura, prática de jogos e de técnicas específicas para a manutenção da mente estão largamente difundidas. A internet tem sido um excelente meio de comunicação valorizando o tema da mente ativa.

Mas também devemos destacar a possibilidade e a necessidade de uma prática de atividade social, cultural, religiosa, familiar e ambiental. Não parar nunca. Quando o corpo não puder mais ser ativo, que a mente seja. E que não exista nenhuma demência.

Que a nossa capacidade de elaborar coisas novas para nós mesmos, para a família e para melhorar nossas condições financeiras e facilitar a nossa vida, seja constantemente valorizada. A capacidade de “criar” é um dos mais importantes determinantes da nossa satisfação de viver e da qualidade de vida. Eu faço e você? E a saúde, como tê-la e como mantê-la neste nosso país tão ingrato com a nossa saúde, educação e satisfação de viver?

Aconselhamos praticar ao máximo as indicações da promoção da saúde, como sempre estamos repetindo (prevenção das enfermidades, dos riscos físicos, químicos e biológicos, estilos de vida saudáveis, educação e comunicação sobre saúde) e utilizar corretamente os diferentes níveis de atenção da saúde - postos e hospitais. Promoção da saúde é muito mais de nossa responsabilidade direta, mas os níveis de atenção de saúde não são, e aí está a grande dificuldade do brasileiro. Por isso a validade de gritar sempre: saúde para a nossa satisfação de viver. Saúde para a nossa vida longa.

Por isso sempre pedimos para nossos amigos, leitores e ouvintes: tentem, busquem e achem como ter uma vida ativa, criativa e saudável. E quanto mais cedo isto for praticado, mais anos de vida vamos conquistar. Mais anos da vida que já temos direito serão resgatados. Vamos praticar a “trinca” da vida longa?

Antero Coelho Neto

acoelho@secrel.com.br

Professor, médico e presidente da Academia Cearense de Medicina




                              FELICIDADE INTERNA PRÓPRIA  - FIP

Desde há anos, venho acompanhando o progresso da chamada Felicidade Interna Bruta do Butão e, em diferentes oportunidades, consultei a opinião de autoridades importantes em qualidade de vida. Constitui  uma interpretação diferente para aquele país muito religioso, baseada nos valores espirituais budistas, com pouco desenvolvimento técnico, social e com uma economia adaptada à cultura do país. Correta sua posição contrária à valorização econômica exclusiva (PIB) como muitos dos modelos utilizados para medida de nossa qualidade de vida.  Baseia-se no princípio de que o desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento espiritual e material são simultâneos. Apenas confundem bem-estar (BE) e satisfação de viver (SV) com felicidade.

Do mesmo modo, tenho estudado os principios e aplicações do IDH  (Indice de Desenvolvimento Humano) cujos valores e resultados são muito indicados para os nossos costumes e necessidades. Mas, para muitos, inclusive para mim, ainda insuficientes para classificar e comparar grupos sociais e populações heterogêneas.   

Na minha opinião, “felicidade” existe apenas em momentos e é uma condição própria na vida de cada um e não condicionada exclusivamente por fatores econômicos, sociais, religiosos, com limites numéricos em praticamente todos os desejos, valores, responsabilidades, grandezas, necessidades, amores, mudanças e futuro de cada indivíduo.

Amigos, o desenvolvimento dos nossos momentos de felicidade são, quase sempre, de nossa própria responsabilidade.

Tenho elaborado uma proposta de melhoria das dimensões da vida e destacado este meu interesse. São 3 as dimensões produzidas ou melhoradas pela qualidade de vida da pessoa: bem-estar, satisfação de viver e felicidade. Tenho já destacado essa diferenciação que muitas pessoas, e até profissionais e cientistas confundem, ou interpretam como eles julgam e querem. Daí a minha proposta do que tenho chamado “Felicidade Interna Própria- FIP”, quando destaco que sou eu que digo quando sou feliz.

Claro que a valorização dos princípios e determinantes de nossa qualidade de vida têm tido um progresso e destaque, em todo o universo, nos últimos 20 anos. No Brasil, isso tem sido altamente gratificante e importante para a nossa vida e longevidade saudável. E temos batalhado intensamente para que isso possa acontecer em todas as regiões do país

O que destaco é que não temos de culpar e criticar, exclusivamente, políticos e governantes pela nossa Felicidade.  Nós também somos os responsáveis. E os maiores, muitas vezes.

E um dos exercícios que costumo indicar é anotar os momentos quando se sentem “felizes”, destacando as “causas” e “porquê”. Depois, revê-los e tentar repeti-los ou, até melhorá-los. Quando fazemos um Diário de nossa vida, devemos anotar os nossos momentos felizes com suas causas e efeitos. E valorizá-los.

Parece uma coisa muito insignificante? Mas não é. Nós somos os “mobilizadores” de nossa própria Felicidade. Ela é Minha! Ela é Própria!

Claro que a Presidente Dilma Rousseff pode e deve me ajudar, na  intensidade e freqüência dos momentos de felicidade! Pois estes não são nada fáceis de serem conseguidos.



Antero Coelho Neto

acoelho@secrel.com.br

Professor, médico e presidente da Academia Cearense de Medicina






terça-feira, maio 01, 2012


Artigo  340- 21/03/2012

O Povo - Online

NA BUSCA DO EQUILÍBRIO

Para muitos, e para mim também, a palavra maior do Universo é “equilíbrio”. E a sua busca, deve ser o nosso maior desafio, luta e, algumas vezes, êxito. Quando se estuda as leis do Universo, encontramos sempre uma busca constante, uma tendência evidente das chamadas leis da natureza e da vida. E aí a verdade sobre esses complexos elementos se torna mais difícil quando se estuda as diferentes e conhecidas interpretações filosóficas, científicas, sociológicas e religiosas de grandes homens do passado como Platão, Aristóteles, Karl Marx, Freud, Hobbes, Rousseau, John Locke e, muitos outros.

Pena que muitas, melhor diria, quase todas, lutas da humanidade são dirigidas para os extremos. Evidentes e famosas lutas políticas (esquerda ou da direita), classes sociais (ricos e pobres), religiosidades (cristãos, muçulmanos, espíritas, uniteístas, deístas, agnósticos, etc.), estilos de vida (fumantes, comilões, beberrões, preguiçosos, etc.), tendências, vontades, amores, etc. etc. Muitos dizem, “mas nos extremos é que estão os prazeres maiores da vida”. Isto é verdade para muitos, sabemos disso, o que torna muito difícil mudá-los. Prazer é um sentido que desenvolvemos, cada um de nós, de uma maneira diferente. Mais e menos prazer. Sinto prazer com isso, ou não sinto prazer nenhum. Ele sente, mas eu não. Entre os homens e as mulheres, ainda maiores são as diferenças.

As tendências predominantes na humanidade sempre têm sido para os prazeres extremos. Para o maior ou para o menor. Mas, para alguns poucos “privilegiados”, o centro ou o equilíbrio entre as tendências tem sido possível e demonstra sabedoria ou oportunismo. Os nossos sistemas endócrino, circulatório, nervoso, muscular, etc., buscam sempre um equilíbrio funcional. E o verbo “buscar” passa a ser importante para a pessoa. A vida, com a busca pelo equilíbrio, passa a ser o estereotipo desejado para os que sabem desses conhecimentos e os praticam. Vocês sabem disso. Ou não aceitam isto como verdade?

Sempre que me perguntam como eu vou vivendo, respondo “na busca do equilíbrio”. E para os amigos tento explicar, como estou fazendo agora com vocês. Na procura de um ambiente em equilíbrio, na busca pela vida com saúde e com melhor qualidade de vida. Constitui a busca de uma vida sempre subindo os degraus para alcançar o andar superior. Agora, estou no quarto andar ou quarta idade. E não está fácil, mas farei tudo o que possa, darei todo o meu empenho para isto. E sempre obedecendo as leis do meu equilíbrio mental, físico e espiritual. E da natureza em que vivo, evidentemente.

Mas também é preciso lembrar-se de Albert Einstein quando disse: “viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” Isto significando que a coisa não é fácil. É preciso movimentar-se, ser ativo, para alcançar o equilíbrio necessário e buscado.

Antero Coelho Neto

acoelho@secrel.com.br

Médico, professor e presidente da Academia Cearense de Medicina