quarta-feira, março 06, 2013


                      A MEMÓRIA DAS INSTITUIÇÕES

 Artigo Publicado Jornal O Povo em 20-02-13

Tenho participado de várias instituições brasileiras que se destacaram e ganharam um passado importante e até histórico. Também tenho conhecido, convivido e sido integrante de várias instituições internacionais de grande significado mundial, o que me permite fazer as comparações.

Da mesma maneira que a nossa Memória Individual, com seus diferentes tipos e manifestações, como tenho já destacado para vocês verificamos, com tristeza, a pouca importância que nós brasileiros damos para a preservação dos fatos, atos e passado de nossas instituições. E mais, a pouca importância que damos, também, para os seus planejadores, criadores e administradores posteriores das instituições públicas e, principalmente, privadas.

Temos tido uma melhoria nos últimos anos, principalmente nas memórias das instituições públicas, sociais e culturais, mas ainda muito insuficiente para os critérios internacionais.

Nas instituições privadas, ditas particulares, a falta de valorização e perpetuação dos fatos acontecidos e das pessoas envolvidas é muito grande. Muitas vezes fica apenas conservada e valorizada a figura de seus Criadores. Esquecem que estão perdendo uma grande oportunidade, quando bem feito esse destaque, uma maneira importante de engrandecer a Instituição e torná-la mais conhecida e valorizada pela sociedade em geral. Comprovei que, em algumas delas, é até muito triste essa prática.

Fiz parte de duas instituições internacionais públicas, não governamentais, que destacam enormemente essa cultura de perpetuação de suas Memórias: a Fundação Kellogg e o Rotary Clube. E aí comprovei a importância dessa Memória Institucional, valorizando os seus criadores e também seus dirigentes e seguidores posteriores.

W.K.Kellogg e Paul Harris. doaram grande parte de seus tempos e fortunas  para o benefício da humanidade, mas com destaque dirigido para as criações e seguidores posteriores. Seus projetos e programas, desenvolvidos em quase todo o mundo, são planejados e executados por dirigentes e seguidores conscientes de suas  responsabilidades e valores.

Daí a grandeza alcançada pelo verdadeiro amor que os seus seguidores tem pelo que projetam, fazem e dignificam.

Sinto um grande orgulho de ter participado dessas instituições, que são tão importantes para os nossos povos, que tenho de reconhecer que muito mais eu poderia e deveria ter dado para elas.  

E aí, criadores e dirigentes das instituições brasileiras, vamos pensar no que os profissionais da informação chamam de Sociedades do Esquecimento? Garantimos para vocês: “elas não valem a pena”. O Futuro vai provar o que digo.

 

Antero Coelho Neto

Médico e Professor
acoelho@secrel.com.br

domingo, fevereiro 10, 2013


O Povo- O bem contra o mal

Artigo publicado em  23/01/2013


Sabemos que todas as línguas apresentam, desde os seus inícios, a palavra “bem” com o significado de uma qualidade certa ou desejável e “mal” como o não desejado e prejudicial. Já a noção de Bem e Mal no sentido moral ou religioso, significando a “purificação” e “impureza” de nossa vida e corpo, tem sido de uso mais recente com a chamada filosofia pré-socrática,

São duas condições importantes de nossa vida, estudadas e explicadas de diferentes maneiras e razões de muitas seitas e religiões e até de variáveis comportamentos humanos, originando muitas pesquisas científicas sobre os causadores dessas manifestações.

Já sabemos que algumas emoções da nossa vida originam, em várias células de nosso corpo, do chamado complexo hormonal, a produção de substâncias denominadas neuro-transmissores que apresentam importantes funções responsáveis pelo nosso bem-estar, satisfação de viver e felicidade.

São vários os neuro-transmissores “positivos” de nosso corpo e muitos são os centros de pesquisas do mundo interessados no assunto (adrenalina, nor-adrenalina, dopa, dopamina, serotonina, melatonina, acetil-colina, encefalina, endorfina, etc.). Muitos deles transformam-se em serotonina que, por esta razão, é chamada por muitos de “substância do bem-estar” e que podemos dizer “do bem do corpo”.

Estudando as diferentes emoções conhecidas do corpo humano, causadoras de uma melhor qualidade de vida e maior longevidade e ampliando o modelo usado por Juan Hitzig (alfabeto emocional), identificamos as mais importantes e que denominamos de “positivas”: 1. amor; 2. sexo; 3. sabor; 4. sono; 5. alegria; 6. liberdade; 7. serenidade; 8. amizade.

Por outro lado, destacamos que também são várias as emoções que provocam a elaboração das substâncias que causam a destruição de células importantes do organismo. São os chamados radicais ácidos e oxidantes e que podem ser representados pelo que denominamos de “radical” que funciona para o “mal de nosso corpo”.

As emoções responsáveis pela elaboração desse destruidor celular são, a nosso ver: 1. raiva; 2. rancor; 3. pessimismo; 4. ressentimento; 5. tristeza; 6. negativismo. E como resultado podemos ter um estado de depressão ou de estresse que são responsáveis pela diminuição de muitos anos de nossas vidas.

Assim sendo, amigos do bem, temos de procurar ao máximo buscar as emoções que causam serotonina e evitar as que provocam radical. E se assim fazemos estamos lutando pelo nosso bem, de nossa família e da comunidade em geral.

Recomendo então, neste início de ano, para todos os leitores, um plano de qualidade e longevidade de vida, baseado nesse modelo simples e fácil de ser aplicado e que chamamos de “muita serotonina e pouco radical”.

Antero Coelho Neto

acoelho@secrel.com.br

Médico e professor

 

terça-feira, janeiro 01, 2013


O Povo

Dia 26-12-12

                      O GALHO, O TERÇO E A BOLA

São 3 coisas que parecem não ter relação alguma entre si, mas são os principais objetos que os praticantes de caminhadas diárias, nas praças cearenses e Avenida Beira-Mar , levam nas mãos.

O galhinho de arruda simboliza nossas crendices tão curiosas e freqüentes. O terço, confirma nossa grande religiosidade católica. E a bolinha de borracha para os exercícios com os dedos das mãos para uma estimulação muscular durante a sua caminhada.

O galhinho e o terço, ambos fortes protetores, são utilizados pelas mulheres que caminham quase sempre em grupos, falando alegremente e, frequentemente, todas contando suas estórias familiares ao mesmo tempo.  Estou criticando? Não, elas têm aquela bendita capacidade mental que as permite fazer várias coisas ao mesmo tempo.

A bolinha é utilizada pelos homens, velhos e novos, que buscam perfeição muscular ou saúde corporal. Muitos sozinhos e, quando em grupos, falando de problemas sociais, política ou futebol. Eu, que caminho sozinho, pelo meu próprio ritmo, fazendo de conta que não estou ouvindo, fico me deliciando com as “fofocas” que ouço.

E aí destaco os três importantes elementos para nossa longevidade: a atividade física, a boa fofoca e a religiosidade. Fico satisfeito ao comprovar, cada vez mais, o reconhecimento, pela nossa população, de suas importâncias, com o aumento de nossa longevidade. Principalmente pelas mulheres.

“Vida ativa” tem sido um Projeto da OMS, desde há vários anos, e então incorporei este determinante como essencial para a nossa vida com boa  longevidade. Por isso, tem sido um  “slogan” de nosso programa “Novas Idades”, transmitido pela Rádio Universitária-FM, todos os sábados, as 11:00 horas, para que os ouvintes possam alcançar uma maior longevidade: “Tenham uma Vida Ativa, Criativa e Saudável” destacam os Drs. João Macedo, Charlys Nogueira, Jarbas Roriz e o velho aqui que escreve, responsáveis pelo Programa.

Mas, também, tenho de destacar um outro fato que encontramos nas praçinhas e locais de caminhadas: os praticantes são quase todos  das classes média e alta. Muitos dispõem de automóveis (agora cada vez mais) e podem chegar aos locais apropriados. E aí vem a nítida demonstração de que os pobres não são praticantes de caminhadas diárias. Academias de ginásticas? Nem pensar. Pobre tem de trabalhar muito para poder viver e não tem tempo para caminhar ou fazer exercícios. Claro que alguns poucos têm já uma atividade física realizada nos seus trabalhos. São porem, cansativas e, algumas vezes, estafantes e traumáticas para determinadas partes do corpo. É isto aí, meus amigos ricos e da classe média, pobre não tem nem o “direito” de praticar atividade física recomendável. E fica mais fácil de adquirir várias doenças conhecidas e mais propenso às práticas proibidas, como beber e fumar.

Daí, pensei na possibilidade do próximo Prefeito de Fortaleza inovar, criando um programa de “Vida Ativa” com as praticas recomendadas para todos os seus funcionários e para a população pobre em geral, nos diferentes bairros da cidade. E que passem também a usar o galho, o terço ou a bola, alcançando  uma maior longevidade, evitando esta alarmante obesidade atual e tendo mais satisfação de viver e momentos de felicidade no ano novo.

 

Antero Coelho Neto

Médico e Professor