quarta-feira, julho 09, 2008

Artigo publicado Jornal O Povo em 04-06-08

QUALIDADE DE VIDA NAS EMPRESAS

Ao se analisar a história da Qualidade de Vida nas organizações do país,, verificamos que foi na empresa privada que esse paradigma mais cedo se desenvolveu. Grandes e médias empresas iniciaram programas de QV em diferentes projetos, abordando variadas dimensões. Muitos programas já foram testados e comprovadas várias de suas propostas: promoção e melhoria da saúde, capacidade física, satisfação de viver, melhoria dos estilos de vida, auto-estima, religiosidade, sociabilidade, etc.
Pesquisas efetuadas no Brasil sobre a QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) revelam que: 1. Quase a totalidade dos participantes acredita que toda empresa deve ter um programa de qualidade de vida; 2. As ações são vistas como investimento; 3. Os programas devem ser considerados como estratégicos para a empresa; 4. A maioria dos entrevistados acredita que as ações de qualidade de vida são sempre necessárias no ambiente das empresas e 5. Os empregados valorizam as ações e os programas realizados.
E por que muito mais programas nas empresas privadas? Os ricos empresários são mais solidários, melhores e beneméritos para com os seus empregados que os dirigentes das organizações públicas? Claro que não, somos todos iguais.
O que ocorre, e que facilmente se comprova, é que empregados com boa qualidade de vida trabalham mais e melhor e, portanto, rendem muito mais. E os empresários sabem utilizar essa possibilidade e assim parecerem benfeitores. E são, na realidade, já que praticam o bem quando assim estão agindo.
E ai está exatamente o elemento de maior valor de muitos países quando, ao estabelecerem maiores impostos para os que ganham mais, inclusive sobre a herança, que não existe no Brasil, chega um momento que é melhor doar para necessitados, criar fundações, organizações beneficentes ou responsáveis por programas de melhoria de QV para funcionários e população em geral. Sabemos que o Governo é, tradicionalmente, um mal executor e administrador de recursos.
Quando um Bill Gates doa bilhões de dólares por ano para a sua Fundação mostra solidariedade e inteligência. Dar o dinheiro para o Governo? Não. Prefere doar para crianças necessitadas, a melhoria do meio ambiente e as condições de vida de seus funcionários.
Acontece, no Brasil, que as pessoas da pequena classe média pagam a mesma porcentagem de imposto de renda que os mais ricos. E todos nós que estudamos o assunto sabemos que classe média grande é que possibilita a melhoria da QV nos países desenvolvidos.
Por isso, senhores proprietários, dirigentes e administradores de empresas públicas e privadas, está na hora e vez de desenvolver programas relacionados com a QV dos seus empregados e familiares. Sejam participantes dessa grande “onda” da Responsabilidade Social e serão também benfeitores do nosso país. Todos nós agradeceremos e vocês ganharão muito mais. Dinheiro ou prestígio social e político.

Antero Coelho Neto
Médico. Diretor do IQVida.

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