segunda-feira, novembro 01, 2010

CINCO SENTIDOS NA QUALIDADE DE VIDA

Quando se analisa a imensa literatura científica sobre Qualidade de Vida verificamos a enormidade dos estudos e trabalhos realizados sobre a manutenção, desenvolvimento, melhoria, tratamento e valorização da nossa vida através dos 5 Sentidos (capacidades). A visão, audição, paladar, tato e olfato são as razões claras e necessárias da existência de centenas de especialidades, sub-especialidades e práticas em saúde, psicologia, educação, trabalho, esportes, etc. E muita coisa se estuda e se faz, há muitos anos, para manter os nossos sentidos livres de qualquer lesão ou patologia.

Infelizmente, apesar do enorme desenvolvimento de técnicas utilizando os nossos 5 sentidos, elas não são praticadas pelos vários profissionais envolvidos na promoção da saúde da população em geral com a devida importância e freqüência, na terapêutica de doenças como a ansiedade, depressão, estresse e outras patologias importantes.
Temos estudado, usado e indicado essa prática e os resultados da chamada “terapia pelos sentidos”, têm sido excelentes. Os 5 sentidos são elementos importantes na formação de nossos hábitos e é evidente que a decisão de mudá-los é fundamental e deve existir. E mudar hábitos e costumes, sabemos todos, não é fácil. Assim , para melhorar a nossa vida, destacamos:

Usar a Visão como um sentido terapêutico, nos colocando em um ambiente calmo e próprio, olhando fotos, slides, filmes, vídeos, televisão, etc. em momentos de total concentração e satisfação, esquecendo todas as situações adversas existentes. Mas é na leitura e escrita que encontramos a maior e nem sempre bem utilizada aplicação do sentido da Visão. Ler suficiente e adequadamente e saber utilizar a arte de escrever, é uma grande indicação para solucionar os maiores problemas diários, possibilitando uma grande melhoria de nossa vida.

A Audição tem sido utilizada com excelentes resultados, ouvindo o som agradável do ambiente natural em total relaxamento ou ouvindo o som de músicas lindas e queridas através dos aparelhos técnicos modernos que podem transmitir sons extremamente agradáveis. Alguns, fanáticos de músicas especiais, chegam a entrar em verdadeiros “êxtases psicológicos”, como chamamos na prática alegre de nossa abordagem.

Na utilização do Paladar temos a necessidade de alimentos especiais com grande sabor para o praticante e seu uso feito de maneira toda especial.
Degustar, por exemplo, o sabor de um vinho tinto especial, em grande concentração mental é uma pratica muito indicada, também pelo valor do vinho na nossa longevidade e pelo seu sabor delicioso.

O Olfato nos permite sentir o cheiro de um ambiente natural com variados perfumes que pode ser utilizado para nos ajudar a alcançar outros planos de sensação. Alguns cientistas utilizam diferentes baterias com cheiros variados com ótimos resultados no relaxamento corporal e mental. Muitos de nós guarda o cheiro que sentimos em alguns locais quando crianças.

E o Tato humano também constitui um excepcional Sentido para relaxar e fazer esquecer as vicissitudes da vida. Utilizar as mãos passando suavemente sobre a pele do rosto, pescoço, tórax e barriga para fazer carícias com o pensamento em coisas boas da vida pode dar um grande relaxamento. E o beijo com amor tem sido o suporte maior de muitos momentos e destacado em lindos livros, teatros e filmes.

E é grátis o uso de nossos Sentidos auxiliando o custo de medicamentos que são necessários nessas eventualidades patológicas.

É isto ai amigos, o uso dos 5 Sentidos auxiliando na cura ou profilaxia de muitas sensibilidades patológicas da vida humana. Acreditem e depois creditem ao nosso Deus que nos deu essas incríveis sensações.

Antero Coelho Neto

terça-feira, agosto 24, 2010

"Nosso Velho Querido"

NOSSO VELHO QUERIDO

Na luta que temos para a promoção da saúde e prevenção das doenças nas
idades extremas da vida – infância e velhice – é que encontramos as
barreiras mais complexas e desafiantes.

E, das idades extremas, a velhice no Brasil é a mais carente de ajuda e de
suporte. No racional e cruel jogo das prioridades, simplesmente "elimina-se"
o velho.

As barreiras psicossociais são graves e importantes na medida em que há uma
profunda mudança no comportamento do próprio indivíduo ao atingir a velhice
ao lado da clássica e criticável atitude de rejeição dos familiares, ainda
comum em algumas sociedades do mundo. No Brasil estamos, felizmente,
começando a melhorar.

A causa fundamental dessa mudança comportamental é o medo que muitos temos
da velhice. Medo biológico da deficiência ou incapacidade funcional de todos
os nossos órgãos vitais e da vida em relação ao meio exterior. Medo
fisiológico da diminuição das motivações orgânicas, determinantes que são as
mais preocupantes para os homens em geral. E há, também, o medo da
ociosidade, da dependência, da segregação familiar e da sociedade. Chegar ao
o momento do "nada fazer" e do "nada poder fazer" é uma cruel antevisão do
homem maduro no mundo moderno. Quando as taxas de desemprego atingem valores
insuportáveis, essa situação agrava-se ainda mais.

As barreiras orgânicas, representadas pela patologia das células e dos
órgãos envelhecidos são de enorme complexidade pelo pouco conhecimento que a
ciência dispõe sobre as causas fisiopatológicas do processo de
envelhecimento protoplasmático e, principalmente, sobre a sua morte.

Várias e graves doenças acontecem após os 50 anos de idade acometendo os
sistemas cardio-vascular, endócrino, urinário, respiratório, digestivo,
músculo-esquelético e metabolismo. Sem esquecer, naturalmente, o estigma do
câncer que, inexoravelmente, aparece com maior freqüência à medida que
avançamos nos anos. As ciências médicas não conseguiram ainda aquele
progresso que desejávamos no tratamento dessas inúmeras doenças mas o
progresso nessa década passada foi muito estimulante.

As barreiras funcionais ainda são muito complexas pois há uma grande
inadequação gerencial na administração dos problemas dos indivíduos da
terceira e quarta idades e a não utilização da Promoção da Saúde e
dos devidos níveis de atenção da saúde da população.

O Censo Brasil 2010, iniciado este mês, será de enorme importância para
comprovar o progresso de nossos idosos. E em 2020 estaremos aqui, novamente,
para comentar as melhorias alcançadas. De acordo?

Dr. Antero Coelho Neto

Médico e Professor

ProQVida

O IQVida , desde há algum tempo não tem mais personalidade jurídica como organismo operacional e fiscal
Presentemente constitui um dos Programas da Fundação Brasil Cidadão e denominado ProQVida. Com isto acreditamos que ganharemos muito mais operacionalidade e conseguiremos com muito mais facilidade atingir os nossos objetivos técnicos e científicos.

Antero Coelho Neto

domingo, junho 20, 2010

Amor na Vida

A grande importância do amor como um dos elementos condicionantes de nossa Qualidade de Vida e também Longevidade, somente foi conhecida e destacada pelos pesquisadores há poucos anos. Amor, qualidade de vida e longevidade eram sempre analisados como condições independentes.
Amor tem sido assunto de grande destaque e de ampla e belíssima significação por escritores, poetas, cantores e religiosos. Mas na minha infância e até poucos anos atrás a palavra Amor era reservada para configurar a procurada situação emocional entre sexos opostos ou, o amor à Deus.
Meu pai, jamais disse que me amava e eu sei que era isso o que ele sentia pelos seus filhos..Maravilhas sobre o Amor foram escritas de várias maneiras, desde há muitos séculos, passando pelo filósofo grego Platão quando descreveu seu tipo de Amor com ampla e belíssima interpretação que, depois, muitos confundiram com a de um amor impossível. Mas somente há poucos anos as ciências modernas têm revelado que, quando se ama há uma grande mobilização de nosso corpo físico com a elaboração dos chamados neuro-transmissores da felicidade, satisfação, prazer e bem estar (serotonina, acetil-colina, noradrenalina, etc) acarretando uma melhoria da nossa qualidade de vida e também de nossa maior longevidade.
Quem ama mais, vive mais e melhor! Por isso a nossa campanha para que o termo “amor” tenha o seu importante destaque e seja também utilizado entre os homens. Sem a necessidade de uma confusão com o homossexualismo.
Nas mulheres, a permanência por mais anos de vida elaborando o hormônio do crescimento e de mais melatonina (a glândula pineal que fabrica este hormônio permanece mais anos na mulher) fazem com que elas vivam mais (no Brasil 8 anos) que os homens. E como se acostumaram desde o princípio a amar na expressão maior do termo, tem sua qualidade de vida facilitada para melhor.
E o amor do idoso e da idosa? Continua a vantagem para as “nossas” mulheres idosas que, muito frequentemente, amam sem grandes interesses e de uma maneira mais “doce”, alegre e mais permanente. É neste importante momento de minha vida, quando faço uma análise mais detalhada do meu presente e passado, de minhas memórias, que eu encontro diversos momentos em que deveria ter amado mais, dado mais de mim, oferecido mais carinho. Mas eu não sabia o que sei hoje em dia, não tinha o conhecimento para tais transformações de comportamento pois arrastava a pesada carga de uma herança de preconceitos e repressão cultural.
Muitos homens idosos pensam e agem ainda de uma maneira teimosa de não querer mudar. “Eu sou assim mulher e você tem que me aguentar”. E elas aguentam sim, até a nossa partida quando então elas contratam um jovem e alegre dançarino para ir às festas dançar e ser felizes. E outras coisas mais.Vale então esta minha advertência aos “machos” que ainda pensam assim e não sabem que estão perdendo muitos anos de vida com qualidade. Por isso minha atual e frequente conclamação: machos copiem as mulheres (nesse bom sentido, claro) e vivam mais anos com satisfação e felicidade. Eu sempre brinco e digo nas minhas palestras, conferências, programas de rádio: Eu estou cada vez mais feminino. E elas adoram quando ouvem isso.

terça-feira, maio 11, 2010

"Saúde só, é pouco!"

SAÚDE SÓ, É POUCO!

Está chegando no Brasil a conscientização da importância de “trabalhar” a qualidade de vida dos enfermos pelos profissionais de saúde que são responsáveis por eles. Estamos começando a acreditar e praticar a afirmação de que “saúde só é pouco”. Isto querendo significar que devemos ir além de, simplesmente, curar o enfermo.
Assumiremos a cultura de pensar em Q.V. para os nossos doentes e que isto não é um luxo impossível, mesmo para os milhões de brasileiros pobres e portadores de doenças.
Buscar a melhoria da Q.V. vai envolver a saúde dentro de um processo global da qual ela não pode ser manejada isoladamente. Sem uma visão integrada e holística de nossos clientes dentro das dimensões da vida, a saúde que por acaso possa ser alcançada, não terá sustentabilidade.
Um aspecto que destacaremos é que o conhecido e tradicional check-up, que se iniciou na década dos 60’s, teve seu máximo desenvolvimento nos anos 70’s, 80’s e 90,s. Agora começa a ser contestado, apesar de muitas pessoas ainda seguirem com o duvidoso hábito. Ele está dirigido para o diagnóstico das condições de saúde no momento e de prováveis enfermidades existentes.
Através de uma grande bateria de exames laboratoriais sofisticados e a partir de um diagnóstico negativo, presumem que o cliente está livre para viver a sua vida como vinha fazendo. Com os exames “normais”, e isso acontece na maior parte dos casos, o comportamento do cliente quase sempre é: “estou ótimo, posso continuar fazendo tudo como dantes” ou “posso continuar comendo, bebendo, sedentário e fumando como sempre”.
Está dirigido principalmente para detectar enfermidades, de acordo com os padrões médicos de uma época que já está passando, com o “mistério” científico cultivado exageradamente..
Esse check-up tradicional também ainda é utilizado por pessoas que, pagando caro por um seguro ou plano de saúde, tentam compensar esse alto custo fazendo exames. Assim, no momento atual dos nossos conhecimentos e de acordo com os nossos princípios dirigidos para um processo integral de melhoria de qualidade de vida e na tentativa de obtenção de uma vida saudável sem enfermidades, mas também com satisfação, estamos indicando o que denominamos o “check-up para a vida”.
Esse exame, de custo muito baixo, utilizando somente os exames laboratoriais complementares que sejam necessários pelos reais fatores de risco, é indicado para determinar as possibilidades futuras do cliente manter-se saudável, identificar uma doença não conhecida antes, verificar a progressão dessa patologia e suas possibilidades futuras e, principalmente, utilizar o exame como instrumento educacional e orientador de uma vida saudável. Durante esse exame explicamos os diferentes elementos importantes para a prevenção de futuras enfermidades próprias da idade se não forem tomadas ações preventivas e de proteção; estimulamos a adoção de novos hábitos que sejam saudáveis e analisamos, com mais detalhes, alguns aspectos do corpo (distribuição da gordura, dados antropométricos, posturas, etc.).
Acreditamos que, assim, temos muito mais condições de ajudar a todos que querem ter uma vida mais longa e mais saudável, utilizando um exame muito mais econômico e de melhor qualidade. Nele você fala com seu médico e não com as máquinas.
Este é o cenário prospectivo e futurista que faço para o Brasil nesta década. Vocês estão de acordo?


Antero Coelho Neto –
Médico e professor

quarta-feira, março 03, 2010

"Riscos Físicos, os esquecidos".

O Povo -Opinião
Artigo

Riscos físicos, os esquecidos.
Antero Coelho Neto -03 Mar 2010

Entre os condicionantes fundamentais da promoção da saúde e garantia da longevidade, estão os cuidados físicos, químicos e biológicos. A evidência da necessidade de prevenção em cuidados especiais com os riscos físicos, principalmente, vem se tornando cada vez maior na medida que a nossa longevidade aumenta.
Nos países desenvolvidos esses cuidados têm crescido e melhorado de uma maneira vertiginosa. As estatísticas européias, canadenses e americanas revelam que, mesmo assim, as probabilidades de acidentes e quedas dos idosos com fraturas de bacia e colo de fêmur são altamente preocupantes. Podem ocasionar que até 50% dos fraturados não mais se levantam e destes até 10% possam morrer no primeiro ano após o acidente. Uma estatística que chega a ser superior à morte por acidente vascular, primeira causa de morte, em pessoas acima de 80 anos de idade.
Daí a explicação simples do aumento extraordinário de medidas preventivas governamentais e privadas, com o desenvolvimento fabuloso da indústria contra os acidentes físicos, que passou a ser uma das maiores nos Estados Unidos.
No Brasil também foi comprovado que mais de 50% dos idosos com mais de 80 anos caem uma vez por ano. Como membro da ``Associação Internacional de Casas e Serviços para os Idosos-`` (IAHSA), participei há poucos anos, na Flórida, do maior congresso de tecnologia e saúde em minha longa vida profissional, com mais de 80 mil participantes e uma extraordinária programação e exibição tecnológica onde pude comprovar a enorme importância dada ao assunto: a queda nos idosos.
No sul do Brasil a preocupação com o assunto tem aumentado bastante, principalmente a partir do trabalho da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). No Ceará, infelizmente, apesar da ação da SBGG-CE na área da saúde pouco tem sido feito nas áreas públicas e privadas e isto não parece preocupar.
Qual o edifício residencial ou condomínio interessado no assunto? Quais os fabricantes e lojas especiais de produtos para prevenir os acidentes com os idosos? Riscos físicos em velhos? Que importância tem isso? E o pior: que autoridade municipal ou estadual está interessada em melhorar as calçadas, passeios e avenidas e retirar a sujeira para prevenir as quedas? Triste do velho como eu que sai de casa distante três quadras da praça do Hospital Militar para caminhar. E em lá chegando? Que tristeza!
A nossa nova e grande esperança é que agora com a questão ambiental atingindo a sua desejada importância os riscos físicos estejam concebidos dentro da nova concepção de ecologia integral relacionada à saúde.
Que a ecologia pessoal, social e ambiental estimule o conhecimento e as práticas preventivas e os cuidados com os riscos físicos. É o cuidado com o ambiente da casa, rua, quadra, bairro, cidade e, mais ainda, com o nosso próprio corpo (alimentação saudável, movimentação física, respiração adequada, sono e repouso necessários) e também o cuidado com outros seres humanos nossa grande esperança.
Que os profissionais de saúde e das áreas tecnológicas e sociais se integrem em nossa (SBGG-CE) grande luta contra os riscos físicos para a melhoria da qualidade de vida e maior longevidade ativa, criativa e saudável.
E que, principalmente, os nossos próximos eleitos lembrem-se disto e façam o que é preciso e têm o dever de fazer.
Viva o ambiente! Viva a vida!
Antero Coelho Neto - Médico e professor

domingo, fevereiro 21, 2010

Nosso Programa de Rádio: Novas Idades

Ouça nosso Programa "Novas Idades" por Rádio ou através da Internet, todos os sábados, as 11:00 horas e colabore com a Promoção da Saúde relacionada com a Qualidade de Vida do brasileiro.

Veja nosso folder abaixo e não falte, TODOS OS SÁBADOS.

Antero e João Macedo

"NOVAS IDADES" :
Um Programa que trabalha promoção da saúde e qualidade de vida para que as pessoas atinjam a Terceira e Quarta Idades de forma ativa, criativa e saudável
Realização:
Centro de Atenção ao Idoso da UFC,
Instituto de Geriatria e Gerontologia do Ceará
Fundação Brasil Cidadão (FBC-IQVida),
em parceria com a
Liga de Geriatria e Gerontologia e a
Divisão de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário Walter Cantídio da UFC.

Coordenação: Dr. Antero Coelho Neto e
Dr. João Macedo Coelho Filho

Colaboradores Permanentes: Dr. Charlys Barbosa e Dr. Jarbas Roriz
Apresentação: Todos os sábados - 11 horas - ao vivo

RÁDIO FM UNIVERSITÁRIA - 107,9 Mhz Fone: 3366-7474

Internet: www.radiouniversitariafm.com.br
acoelho@secrel.com.br
jmacedocoelho@yahoo.com.br

Avenida Universidade, 2910 - Benfica - CEP: 60.020-181 - Fortaleza - Ceará


OBS: NO DIA 27/09/2008 COMPLETAMOS 500 PROGRAMAS (Dispomos de todos os Programas Gravados e Fotografados em DVD's -Coleção 500 Programas) que podemos enviar para as Bibliotecas que ainda não a possuem e solicitem.

Promoção da Saúde

Publicado no jornal "O Povo" em 3 Fev 2010 -

Já lá se vão muitos anos que se fala na ``nova`` escola de medicina para o País. A Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, no fim da década de 60 e início de 70, desenvolveu um importante movimento para a melhoria do ensino médico e da organização pedagógica e administrativa da Escola, com a proposta inovadora e adequada do médico para a comunidade. Foram anos de glória e de alegria nossa na medida em que conseguimos graduar um profissional diferente com características completamente inovadoras e orientado para trabalhar na comunidade.
Mas poucos anos durou o sonho. Alguns professores que jamais quiseram a mudança e lá estavam por engano conseguiram a incrível façanha de destruir o modelo estabelecido. Depois, na Faculdade de Medicina da USP, tentaram um curso experimental, ao lado do tradicional, com características inovadoras e algo semelhante ao de Brasília, mas logo foi desativado pelos inimigos das mudanças.
Há uns 25 anos, houve outro excelente movimento chamado de ``o médico necessário`` desenvolvido na nossa Faculdade de Medicina da UFC.
Mais uma vez, muitos reconheceram a imensa necessidade de melhoria do curso, adequação curricular, modernização dos processos educacionais, formação de um profissional dirigido para as necessidades da comunidade em geral com a utilização do conhecimento prático já adquirido por inúmeras outras escolas de todo o mundo.
Foram meses de prazer e de muito trabalho quando muitos disseram qual era o médico necessário para nosso Estado. Mas o sonho durou pouco e quase nada foi feito. Depois, em épocas mais recentes, muito se tem discutido sobre a necessidade de melhorias no ensino médico e na criação de novas escolas de Medicina.
Alguns médicos são extremamente rápidos em incorporar as novas tecnologias, os medicamentos que aparecem no mercado e os novos aparelhos sofisticados que inventam com frequência, tornando a Medicina cada vez mais distante das suas reais necessidades de humanização, promoção da saúde e metodologia adequada para a atenção da saúde que são as três condições essenciais para o ensino médico.
Para mim, o problema maior está exatamente no fato de que falam de novas escolas de medicina com novas metodologias (ensino-aprendizagem, participativas, ativas, ensino por objetivos, baseada em evidências, etc) e até de humanização, mas esquecem o outro elemento fundamental: promoção da saúde com melhoria da qualidade de vida, com seus componentes (prevenção das enfermidades, prática de estilos de vida saudáveis, proteção contra os fatores de riscos, mobilização do conhecimento para uma vida saudável e busca da melhoria das condições socioeconômicas para a saúde da população). A OMS já declarou que somente com estilos saudáveis evitamos 70% das doenças.
Por acreditar nisso é que o professor Viliberto Porto e eu elaboramos o projeto de um ``novo`` curso de Medicina para Quixadá (Faculdade Católica Rainha do Sertão). Infelizmente o Ministério da Educação, numa atitude radical, suspendeu a criação de cursos de Medicina até não sabemos quando. Quem sabe um dia, no Brasil, se acredite nas evidências da qualidade de vida relacionada à saúde.

Antero Coelho Neto - Médico e professor de Medicina

Satisfação de Viver

Publicado no jornal "O Povo" em 06 Jan 2010 -

Neste início de ano eu desejo para todos vocês uma permanente ``Satisfação de viver``. E o que é isto? Muita gente confunde os termos qualidade de vida, bem-estar, satisfação de viver e felicidade. E tudo se complica ainda mais porque Qualidade de Vida é uma dimensão ou condição de vida de interpretação complexa e variada, na dependência do local do nascimento e de vivência, idade, classe social, nível de educação e até circunstancial.
A nossa consciência, dimensão exclusiva do ser humano, animal que possui córtex cerebral, é que interpreta as ``sensações`` de uma maneira exclusiva e que nos dar a capacidade de querer, ser, fazer, saber, sentir e ter. E as sensações humanas nos possibilitam ter e sentir bem-estar, satisfação de viver e felicidade.
A literatura está recheada de definições, principalmente de felicidade, por famosas e variadas personalidades da humanidade. Algumas são realmente lindas e satisfazem o prazer de muitos colecionadores de palavras bonitas e variadas. No Google, você vai encontrar mais de 15 milhões de referências para felicidade e quase 3 milhões para qualidade de vida. Mas, numa análise realizada por nós, consultando vários centros internacionais famosos de pesquisas no assunto, através de um programa nosso realizado pela Internet e trabalhando em vários momentos importantes com grupos da população brasileira,, chegamos a seguinte conclusão: - o bem -estar físico, mental e social é uma sensação de tranquilidade, um equilíbrio harmônico de não existência de problemas nessas áreas;- na satisfação de viver, alem de um bem-estar, há um prazer de participar, alegria de ser útil e necessário, de gostar de si mesmo, de amar outras pessoas e seu Deus; -já a felicidade é sentida em momentos especiais, de maior satisfação e de grande alegria e, assim sendo, está presente apenas em momentos especiais de nossa vida.. Ninguém é ou pode ser feliz por toda a vida e nem por períodos muito longos. Alguma coisa acontece para modificar o nosso sistema produtor dos neuro-transmissores responsáveis por essa sensação e ela desaparece. Claro que pode voltar outra vez e será essa a nossa busca constante.
E exatamente são os Condicionantes de Qualidade de Vida, principalmente as condições financeiras básicas, educação, saúde, estilos saudáveis de vida e ambiente,, que mobilizam as nossas sensações de satisfação de viver e felicidade. Sem eles tudo fica muito difícil e até impossível.
Por isso é que defendemos e indicamos, como de fundamental importância, fazer um plano de vida, anual para os idosos, para alcançarmos ou mantermos a nossa satisfação de viver e conseguir o máximo de tempos felizes. Bem-estar é bom, mas é pouco. Dizer isto num país com tantos miseráveis como o nosso pareceria até um contrassenso.E então, neste início de ano de eleições, vamos aproveitar e votar apenas naqueles candidatos que possibilitem, principalmente, os condicionantes de nossa qualidade de vida.
Por certo vamos exigir que se comprometam com eles e que digam como vão fazer para mudar. Por certo não vamos votar naqueles que roubam a nossa felicidade e satisfação de viver no Brasil.

Antero Coelho Neto - Médico e professor

Pecados Capitais

Pecados capitais

Publicado no jornal "O Povo" em 02 Dez 2009

Já lá se vão milênios que o homem, sentindo a gravidade dos vícios do corpo, criou os “pecados” que deveriam ser evitados visando manter a “alma” ou “espírito” de bem com o Senhor. Alguns pecados seriam perdoáveis mas os “capitais” eram merecedores de condenação. Nós sabemos hoje que esses pecados são na maioria maus estilos de vida, resultados de uma vida mal orientada e mais dirigida para os prazeres da gula, sexo, satisfação física e psíquica.
Temos já destacado em várias oportunidades, por palavras escritas ou faladas, que esses pecados ou maus costumes são de três tipos: os que são culpa nossa e que constituem a grande maioria (60 a 70%); os que são culpa de nosso próprio corpo (genética) com aproximadamente 15 a 20% de ocorrência e os que são culpa do ambiente enfermo onde moramos e trabalhamos com até 20% de responsabilidade e que somente agora estão sendo destacados no nosso país
O novo Relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre “Riscos à Saúde Global” está confirmando esse conhecimento quando destaca que a nossa saúde depende dos hábitos comportamentais (maior responsável), características ambientais e saúde pública . E também é extremamente importante quando afirma que os principais riscos de mortalidade no mundo são: pressão alta (responsável por 13%), consumo de tabaco (9%), hiperglicemia (6%), inatividade física (6%) e obesidade ou estar acima do peso (5%).
Vejam que apenas esses cinco ``pecados`` são responsáveis por 40% de mortalidade do homem atual. E mais ainda: a má nutrição infantil , sexo inseguro, álcool, condições precárias de higiene e alta pressão arterial, devem ser responsabilizados por cerca de um quarto dos 60 milhões de mortes prematuras em todo o mundo, anualmente, como muito bem destacou a OMS. É o “pecado capital” ocasionando a morte do filho logo após o seu nascimento.
E o Relatório não fica somente nisso, comprova que a falta ou mau uso de alimentos nutritivos apresenta-se como um grande risco para os que moram em países mais pobres.
Mas também que a obesidade e o sobrepeso representam riscos ainda maiores nos países ricos ou em desenvolvimento, levando a uma situação na qual esses “pecados” causam mais mortes no mundo do que o baixo peso.
Estão vendo, caros leitores, aonde nós chegamos? O grande diferencial agora é que sabemos os valores e as causas desses determinantes ou “pecados” o que não acontecia no passado, quando colocávamos toda a culpa no nosso “destino”, nos pais ou nos amigos, como eu próprio fiz durante muitos anos de minha vida. E também e muito freqüentemente, culpamos os nossos governantes.
Agora sabemos que a culpa é quase toda nossa! E ai leitores? Preparados para o Carnaval que se aproxima ou não estão interessados em saber que os seus ``pecados``, quando não bem controlados podem matar? Por isso o aviso do amigo ``chato``, como sou chamado algumas vezes: moderação. E que na 4ª feira de Cinzas voltem a ter uma vida equilibrada e saudável. Pois a grande verdade e sabedoria da natureza é o equilíbrio.

Antero Coelho Neto - Médico e professor

Resiliência na Saúde e na Qualidade de Vida

“RESILIÊNCIA NA SAÚDE E NA QUALIDADE DE VIDA”

Publicado no jornal "O Povo" em 04-11-2009 –

As empresas e as organizações privadas, mais uma vez se antecipam e até desenvolvem novos processos operativos na busca da qualidade de vida de seus funcionários, ao contrário das organizações públicas que parecem pouco se importar com os seus integrantes.
Como já destacamos em artigo anterior sobre Saúde Corporativa, muitas organizações privadas do nosso país, desenvolvem importantes e efetivos programas de promoção da qualidade de vida de seus funcionários. Agora estão utilizando os ensinamentos dessa “nova tecnologia” denominada RESILIÊNCIA.
Muitas organizações privadas do sul do país estão desenvolvendo programas específicos sobre o assunto, declarando resultados surpreendentes. Diferentes técnicas pedagógicas são utilizadas de acordo com o tipo de trabalho e de profissionais operantes e seus problemas apresentados em termos de saúde, capacitação e qualidade de vida em geral.
Resiliência é um termo utilizado pela Física há 2 séculos. Recentemente foi incorporado pela Psicologia para definir a capacidade que algumas pessoas apresentam de passar por situações de estresses e continuarem com a vida de maneira normal e saudável.
Temos exemplos de indivíduos que conseguem vencer dificuldades, obstáculos, grandes traumas e até catástrofes, sem apresentarem seqüelas. Constitui, portanto, um grande atributo da personalidade desenvolvida no contexto psico-social-cultural em que a pessoa vive.
Pode e deve estar presente em vários locais e praticada por diferentes profissionais, principalmente das áreas de educação e saúde.
Deveria ser matéria de grande destaque na formação e desenvolvimento de profissionais dessas duas áreas. Escolas, faculdades, universidades, unidades de saúde, consultórios e hospitais são locais onde a resiliência é de enorme importância. Processos de resiliência no contexto da hospitalização deverá ser assunto de estudo nos próximos anos como estão já salientando alguns pesquisadores.
Claro que em alguns países mais desenvolvidos, as técnicas de uso e manejo da nova tecnologia (ou nova ciência) vem sendo destacadas.
Entre as diferentes doenças psicosomáticas que apresentam os brasileiros que não possuem resiliência estão: estresse, síndrome do pânico, gastrite, doenças intestinais, hipertensão arterial e várias outras patologias.
É possível mantermos boa qualidade de vida e o equilíbrio de nossa saúde, praticando o desenvolvimento da resiliência.
Portanto, deveremos destacar para o público em geral que já temos o conhecimento, maneiras e possibilidades de se aumentar a capacidade de resiliência dos brasileiros sofredores.
Usar a resiliência para manter sadio e ativo, o pobre cidadão que se encontra frente a esta triste situação social do Brasil atual é a nossa fundamental responsabilidade como profissional da saúde.
E muitos brasileiros, alguns técnicos e estudiosos dos problemas políticos e sociais do Brasil, estão afirmando com grande destaque que uma nova modalidade de Resiliência seja usada na política como solução salvadora . Queira Deus!

Antero Coelho Neto, Médico e Professor

O Brasil na próxima década

O Brasil na próxima década

Publicado no jornal "O Povo" em 07 Out 2009

Como estudioso no assunto da futurologia e membro ativo de várias associações, sempre tenho procurado fazer a previsão dos cenários futuros de nosso país.
Lembro para os leitores que no meu livro publicado em 2001, O Futurista e o Adivinho, destaco as mudanças previstas para a próxima década nas áreas do desenvolvimento econômico, tecnologia e as ciências, população e suas migrações, ecologia, assim como a qualidade de vida do povo brasileiro.
Há vários anos defendo, como vários outros estudiosos, que apenas o desenvolvimento econômico, medido pelo PIB, é insuficiente para retratar a felicidade do povo que é o importante na vida de todos.
Para mim, como para vários outros pesquisadores no assunto, as possibilidades de mudanças importantes no cenário mundial para a próxima década são evidentes. Alguns países com as mudanças efetuadas, devem melhorar significativamente de qualidade de vida, valores, cidadania e a longevidade de suas populações. Acreditamos que estes serão os elementos condicionantes mais importantes dos projetos políticos de alguns países do universo.
A busca do desenvolvimento econômico exclusivo está com os dias contados. Existem evidentes sinais que asseguram uma política dirigida para uma ecologia humana e integral em vários países do globo, inclusive no Brasil.
Acreditamos que os políticos e economistas serão inteligentes para entender que suas propostas terão que compartilhar com a segurança, desenvolvimento humano e a satisfação de viver da população. E isto somente poderá ser alcançado através das dimensões fundamentais da vida: saúde, educação, estilos de vida e ambiente saudável. As três primeiras dessas dimensões humanas já são conhecidas de grande parte de nossa população como fundamentais, em virtude da enorme difusão das informações através dos diferentes meios de comunicação. As publicações de muitos autores, a mídia de uma maneira em geral, a Internet e os ensinamentos adquiridos nas Escolas e Universidades tem destacado as nossas necessidades e desejos.
A quarta dimensão, ambiente saudável, finalmente e felizmente no Brasil, constitui assunto de destaque no cenário político de todo o país. A luta contra a destruição dos rios e florestas, aquecimento global e a perda da biodiversidade assim como a prática de uma humanização do ambiente de uma maneira integral, já são e serão os grandes assuntos da próxima década. Muitos já estamos convencidos que o ambiente é de vital importância e os partidos políticos vão ter que mudar suas visões exclusivamente economicistas. Temos de melhorar e aumentar a classe média e diminuir os pobres e, para isto, também é vital aumentar a satisfação do homem no ambiente saudável em que vive.
Vejo que não foi em vão quando procurava um Partido Político em 1984 e, como resultado de minha busca inútil, escrevia meu artigo neste O POVO (``Procura-se um Partido`` em 2/10/84) e concluía dizendo: ”Para conseguir participar de um real partido político é necessário aceitar e valorizar os seus princípios e objetivos fundamentais. Coisas que, infelizmente, não identifico nos Sarneys & Cia, que aí estão na pregação de um novo Partido``. Já naquele tempo... Há 25 anos atrás! Mas vai mudar. Acreditem. As marinas estão chegando.

Antero Coelho Neto - Médico e professor