domingo, junho 05, 2011

QUAL A SUA SATISFAÇÃO DE VIVER?

QUAL A SUA SATISFAÇÃO DE VIVER?

Publicado Jornal O Povo em 18/05/11

Um leitor desta coluna, no Dia do Trabalhador, mandou-me um E-mail dizendo: “O Lula disse que melhorou a qualidade de vida do trabalhador brasileiro e agora a Presidente Dilma diz que vai melhorar mais ainda. Eu não senti nada de melhoria. Ela fez foi piorar. O Sr. que escreve e fala sobre isso poderia me explicar?”
O termo “qualidade de vida” teve uma maior valorização a partir dos últimos anos e com interesse progressivo em todo o mundo. Tive a felicidade de estar na OMS quando os países em desenvolvimento começaram a apresentar seus resultados crescentes nos diferentes fatores e elementos condicionantes. Ocorre que, mesmo entre os cientistas e estudiosos neste assunto, há uma grande variação de definições e valorizações dos conceitos. Mas o fundamental é saber selecionar o complexo termo em relação aos seus diferentes condicionantes sociais, econômicos, políticos, regionais, de saúde, educacionais e humanos. Daí a confusão estabelecida por defensores de cada uma dessas áreas. Daí o termo ter valores para os políticos brasileiros completamente diferentes da maioria dos países. No Brasil os níveis reconhecidos como válidos para a divisão das classes sociais e reconhecidos para a nossa “boa” qualidade vida são ridículos quando comparados com os dos países desenvolvidos. É uma grande “enganação” com os valores aritméticos considerados. Então, temos de destacar que o importante são os valores pessoais e como eles são interpretados pela nossa consciência que determina o que somos, queremos, temos, podemos, gostamos, amamos, etc. São eles, nossos valores, que provocam o que denominamos de “sensações profundas” que são fundamentais para a “nossa vida”. Através dos neurotransmissores e hormônios elaborados no nosso corpo é que sentimos a sensação de bem-estar, satisfação de viver e felicidade. É como dizia o filósofo inglês John Locke, há muitos anos, citado pelo famoso brasileiro Denis Lerrer, “nenhuma pessoa pode ser forçada a ser rica ou saudável contra a sua vontade” e que ele acrescenta “Os homens devem ser entregues à própria consciência”.
Vamos então lutar pelos fatores que nos dão satisfação de viver, condição fundamental de nossa vida, e felicidade naqueles momentos maiores de alegria e prazer de nossa existência. E vamos votar naqueles que identificamos como possíveis de oferecer os “nossos fatores” e não os fantasiosos.
Diria como na TV, aquele carioca pobre, desdentado e sorridente, ao ser entrevistado numa pesquisa: “Minha qualidade de vida? É ótima! Sou torcedor do Flamengo!!!”.
Eu também!
Antero Coelho Neto, Professor e Presidente da Academia Cearense de Medicina

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